segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O CHEIRO DO MOMENTO



 Hoje debrucei-me sobre a janela e ao sentir o vento no rosto, lembrei-me do teu perfume a te fazer dançar no ar.Vi o teu sorriso tão singelo e doce, o mesmo sorriso pelo qual apaixonei-me, tuas mãos meio sem jeito e aquele abraço.Ah!Que abraço!
  Nesse momento descobri que estava a me perder. Demorei tanto tempo para sentir essa sensação e então fiquei ali a te observar, a te admirar. Entre risadas e olhares me vi amando, na despedida quase roubei um beijo teu, juro fiquei meio sem jeito, pensei que me acharias louca, um pouco imprudente e logo hesitei.
  Retornei ao meu presente sentindo meu corpo flutuar, estava inebriada pelo teu cheiro, pelo teu ser, algo até então nunca sentido, por diversas vezes me perdi pensando em ti, te desejando.  E o vento soprou novamente e vi tua imagem a se dissipar no ar, meus olhos logo encheram-se de lágrimas e me recordaram que não te possuo junto a mim.
  Fechei a janela , resolvi tomar um banho enquanto estava a restar teu cheiro no meu corpo e senti um leve beijo teu ao cair a água sobre o rosto e com um profundo suspirar te amei intensamente.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O PODER DOS FATOS






    Chorei com nunca havia feito antes, quase enlouqueci precisando de um abraço esse não se tratando de algo comum. As lagrimas escorrendo na face me fazia buscar incessantemente pela forma, jeito e cheiro de um verdadeiro abraço, aquele enlace de proteção perfeita. Minha boca ressecou com os gritos abafados, a cabeça pesou causando tontura e me levando ao chão. Talvez ele nem exista, seja apenas uma idealização de uma menina boba cheia de dores e desajeitada.
    Por que sentimentos verdadeiros, amizades, abraços são como contos, historias escutadas quando criança. Ludibriamos-nos, ferimos e não aprendemos a separa a ficção da realidade. Passamos a agregar mais valores para depois correr atrás de algo inexistente, para que tamanho sacrifício? Eu não sei.   

  Aqui no meu mundinho tenho que criar forças, levantar e não mais esperar pelo abraço jamais conquistado, apesar de hoje ele ter sido extremamente necessário, apenas um sorriso teria feito diferença. Mas devo seguir folheando aventuras e me embriagar com meus gostos.

terça-feira, 6 de março de 2012

VALORES E VALORES




    Estranhos são os gostos do ser humano. Complicamos tudo. Damos valores a coisas sem valores. Na busca incansável de algo inexistente. Pergunto e repergunto todas as noites o que realmente me importa. Por diversas vezes adormeci vencida pelo cansaço e sem obter respostas.
   Já me iludi com um sorriso, um telefonema inesperado. Tive sonhos loucos, senti tesão por alguém que jamais imaginaria. Apaixonei-me por um cheiro, idealizei um homem ao ponto de carrega ló para todos os meus relacionamentos até um dia me libertar. Mas creio que se um dia voltar a vê ló o coração ainda irá balançar.
   Tive tantas histórias e quem não as tem?Mas há algo que me chama a atenção. Porque agregamos valores às pessoas?E não são quaisquer valores. Simplesmente ter quer ser belo (beleza estética), não importa ser meiga, culta ou amiga. E nesse ciclo vicioso de nos relacionarmos somente com pessoas bela, em busca de uma perfeição irreal. Não enxergamos nossos defeitos. A beleza aleia passa a ser muletas para nossas imperfeições.
   Já vitimei muitas pessoas com esses atos e também sofri a seleção de outros. Assim como gostei intensamente de alguém que nunca mais me dirigiu a palavra. Por não me enquadrar nos padrões de beleza dele. Sem nenhuma defesa fui julgada e condenada pelo fato de não ser bela.
   Sentada a beira da cama resolvi buscar as coisas mais simples e passei a vê beleza nelas. Quem sabe seguindo esse caminho eu obtenha sucesso. E te pergunto: Quanto tu vales?

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

IMERSÃO EM MINHA MENTE




    Hoje senti um vazio desconhecido, de repente meu corpo paralisou e uma falta de ar me possuiu. Enquanto imóvel ali permaneci, procurei explicações para tal fato. Recorri à mente e conhecei a desembrulhá- La. Desatei um nó por vez e à medida que o fazia me viam lembranças esquecidas. Ah! quantas coisas boas tinha vivido mas ainda não tinha encontrado o motivo da falta.
     Procurei ser mais detalhista e passei a observar a mente por inteira. Cores, cheiros, texturas, tudo fora muito bem observado. Tive o cuidado de não amassar o papel do embrulho, pois teria que refazer-lo ao final da jornada.
     A respiração passou a ficar mais compassada. A dor do vazio ali ainda residia e por instantes larguei a mente. Procurei não pensar em nada, fiquei imóvel assim como o corpo. Não sei o tempo corrido mais a resposta surgiu. Enquanto estava inerte notei a mim mesma, o ar e os movimentos voltaram.
     Coma. Essa era a explicação para o ocorrido, meu cérebro havia criado uma vida falsa. Um refúgio, amigos, amores não existiam e eu também não até agora. Emergi a tempo de ter uma vida real e passei a caminhar.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

MEU FRENESI




    Estava deitada quando percebi minha imagem no espelho. Os poucos raios do novo dia acabará por revelar uma figura diferente. Tão de repente me sentei e passei a observar o meu corpo esse de forma jamais vista. Traços, linhas, curvas e um aroma delicioso exalado por ele. Cada detalhe fazia meu corpo vibrar, minha pele delirar. As mãos passaram a percorrê- lo. Senti os pêlos arrepiarem, os músculos contraírem, o sangue pulsando forte acompanhado do coração e da respiração. O lençol sobre a cama parecia provocar cócegas em minhas pernas.
     O chão gelado amplificou meu estremecer, eu havia esquecido de calçar os chinelos em meio aquele deslumbre. Deixei o frio dos pés de lado e continuei a admirar-me, dedos e unhas sentiram o gosto do meu ser e transmitiam ao paladar. Minha língua, pois a salivar.
     À medida que o tempo passava sentia um desejo maior por mim e ao sentir o meu gosto, explodi em uma ânsia louca. O meu cheiro parecia ter contaminado o quarto deixando os sentidos confusos, perdidos, satisfeitos.
     Adormeci no chão, estava exausta, contente. Talvez tudo tenha sido um sonho, um delírio. Mas chegada à hora do banho ao me despir novamente frente ao espelho e sentir a água percorrer o meu corpo. Tive a sensação de já ter sido explorada antes.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

SENTIDOS





  O vento me acordou ao bater forte a janela, o frio seguido de uma mensagem fez meu coração virar menina. Pulei rapidamente e pus a duvidar das coisas importantes a fazer. Parei e nesse momento fui tomada por uma alegria, restou seguir. Então vencendo o medo caminhei para o desconhecido, nessa hora a mente passa a imaginar milhões de coisas das melhores as piores. Firme na jornada prossegui, em cada passo perguntava-me: - Será que devo continuar, serei aceita?E assim fui.
  Durante a chegada novos desafios, uma surpresa agradável arrancou-me um sorriso casado com uma ternura. Viajei, meus sentidos tornaram se outros, minha razão foi deixada de lado. E aquele vento a bater a janela mais cedo, agora despenteava meus cabelos e enchia minha boca com sal.
  Provei de uma das mais deliciosas companhias, aprendi, escutei, questionei. Ah! Por momentos parei a refletir sobre o tempo perdido, meu mundo parecia agora fazer sentido. Dancei assim como a água a descer de uma cachoeira, senti meu corpo passar por entre as pedras e cair em imensidões de idéias. Eis que o sol me lembrou da hora, senti a caminhada chegar e a segui.
  Debruçada em meio ao tempo, ri de mim mesma, a música guiava minha respiração e transportava meu ser a outros mundos, por todos eles deixei pegadas e voltei. Brinquei e com um salto estava aqui deitada novamente cheia de sonhos a me enrolar.


    

domingo, 29 de janeiro de 2012

RABISCOS NA PELE




    Ah! Como eu te queria! Meu corpo chegava a ter febre, minha mente perdia a razão. E nesse delírio estavas a me estender um sorriso, e digo mais  não um sorriso qualquer e sim aquele a me deixar flutuar.Sua imagem fixa ao meu lado e seu perfume a contaminar minha pele me enchia de alegria, sonhos, esperanças e tristezas. Os poros dilatavam se ao imaginar teus dedos a tocar-me mesmo sem querer. As palavras se perdiam então sonhava.
   Não é à toa o mergulho profundo no desespero da descoberta “eu excluído”. Meus pés antes leves agora encontram se fixo como uma rocha. Meu eu no espelho acusou a passagem de tempo inútil frente à tamanha inocência de um ser talvez imaginário. Minha boca murmura os beijos perdido, ou melhor, rejeitados. As mãos percorrem meu corpo em busca do calor e da forma do teu ser e resultam na agonia da inexistência.
       Hoje meu coração sofreu violentos golpes, o sangue derramado sobre o chão virou água e congelou, minha pele foi partida e recosturada, meu cheiro tornou-se imperceptível, a alma encontrou o vento e com ele resolveu brincar. Acho interessante essa amizade inesperada, nos faz sentir livres, crianças sem medos e cheia de duvidas com vontade de tomar banho de chuva e subir a montanha mais alta assim descalço mesmo, afinal os sapatos só atrapalham mesmo.
      Então sentada na calçada depois de me afogar em lágrimas, ser salva por segura em meus cabelos e pular dentro do barco “consciência”, resolvi levantar, acordar do delírio que me consumia esquecer esse querer, essa paixão ou até mesmo loucura. Olhei as mãos e não enxerguei aquela menina, o brilho nos olhos também não era mais os mesmos, eles mostravam o desespero de estar só, de sonhar só. Sua imagem foi então definhando e desapareceu com o surgimento da lua, com ela veio às faces de uma vida cheia de idéias, minguante de desespero, nova de esperanças e crescente de amor próprio.
    Os pés talvez criem fissuras e com o tempo voe afinal sonhos são importantes muitas vezes necessários. E esse telefone a tocar chamando minha atenção à realidade, a porta semi-aberta devo ir agora fechar, não antes de vestir minha pele toda rabiscada. Pronto a chuva começou e com ela a vontade de prová-la.