domingo, 29 de janeiro de 2012

RABISCOS NA PELE




    Ah! Como eu te queria! Meu corpo chegava a ter febre, minha mente perdia a razão. E nesse delírio estavas a me estender um sorriso, e digo mais  não um sorriso qualquer e sim aquele a me deixar flutuar.Sua imagem fixa ao meu lado e seu perfume a contaminar minha pele me enchia de alegria, sonhos, esperanças e tristezas. Os poros dilatavam se ao imaginar teus dedos a tocar-me mesmo sem querer. As palavras se perdiam então sonhava.
   Não é à toa o mergulho profundo no desespero da descoberta “eu excluído”. Meus pés antes leves agora encontram se fixo como uma rocha. Meu eu no espelho acusou a passagem de tempo inútil frente à tamanha inocência de um ser talvez imaginário. Minha boca murmura os beijos perdido, ou melhor, rejeitados. As mãos percorrem meu corpo em busca do calor e da forma do teu ser e resultam na agonia da inexistência.
       Hoje meu coração sofreu violentos golpes, o sangue derramado sobre o chão virou água e congelou, minha pele foi partida e recosturada, meu cheiro tornou-se imperceptível, a alma encontrou o vento e com ele resolveu brincar. Acho interessante essa amizade inesperada, nos faz sentir livres, crianças sem medos e cheia de duvidas com vontade de tomar banho de chuva e subir a montanha mais alta assim descalço mesmo, afinal os sapatos só atrapalham mesmo.
      Então sentada na calçada depois de me afogar em lágrimas, ser salva por segura em meus cabelos e pular dentro do barco “consciência”, resolvi levantar, acordar do delírio que me consumia esquecer esse querer, essa paixão ou até mesmo loucura. Olhei as mãos e não enxerguei aquela menina, o brilho nos olhos também não era mais os mesmos, eles mostravam o desespero de estar só, de sonhar só. Sua imagem foi então definhando e desapareceu com o surgimento da lua, com ela veio às faces de uma vida cheia de idéias, minguante de desespero, nova de esperanças e crescente de amor próprio.
    Os pés talvez criem fissuras e com o tempo voe afinal sonhos são importantes muitas vezes necessários. E esse telefone a tocar chamando minha atenção à realidade, a porta semi-aberta devo ir agora fechar, não antes de vestir minha pele toda rabiscada. Pronto a chuva começou e com ela a vontade de prová-la. 

2 comentários:

  1. "Acho interessante essa amizade inesperada, nos faz sentir livres, crianças"
    "E esse telefone a tocar chamando minha atenção à realidade"
    Muito louco... adorei rsss torço por vc Bonequinha!

    ResponderExcluir
  2. Quem seria?
    Essa é a pergunta que não quer calar.
    Viva menina, viva o e com amor.
    Continue alimentando minha alma.

    ResponderExcluir