domingo, 5 de fevereiro de 2012

MEU FRENESI




    Estava deitada quando percebi minha imagem no espelho. Os poucos raios do novo dia acabará por revelar uma figura diferente. Tão de repente me sentei e passei a observar o meu corpo esse de forma jamais vista. Traços, linhas, curvas e um aroma delicioso exalado por ele. Cada detalhe fazia meu corpo vibrar, minha pele delirar. As mãos passaram a percorrê- lo. Senti os pêlos arrepiarem, os músculos contraírem, o sangue pulsando forte acompanhado do coração e da respiração. O lençol sobre a cama parecia provocar cócegas em minhas pernas.
     O chão gelado amplificou meu estremecer, eu havia esquecido de calçar os chinelos em meio aquele deslumbre. Deixei o frio dos pés de lado e continuei a admirar-me, dedos e unhas sentiram o gosto do meu ser e transmitiam ao paladar. Minha língua, pois a salivar.
     À medida que o tempo passava sentia um desejo maior por mim e ao sentir o meu gosto, explodi em uma ânsia louca. O meu cheiro parecia ter contaminado o quarto deixando os sentidos confusos, perdidos, satisfeitos.
     Adormeci no chão, estava exausta, contente. Talvez tudo tenha sido um sonho, um delírio. Mas chegada à hora do banho ao me despir novamente frente ao espelho e sentir a água percorrer o meu corpo. Tive a sensação de já ter sido explorada antes.

2 comentários:

  1. caramba, maravilhoso esse texto, adorei.

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  2. Muito erotismo...muito desejo...um querer de querer...
    Continue alimentando a minha alma...

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