quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

IMERSÃO EM MINHA MENTE




    Hoje senti um vazio desconhecido, de repente meu corpo paralisou e uma falta de ar me possuiu. Enquanto imóvel ali permaneci, procurei explicações para tal fato. Recorri à mente e conhecei a desembrulhá- La. Desatei um nó por vez e à medida que o fazia me viam lembranças esquecidas. Ah! quantas coisas boas tinha vivido mas ainda não tinha encontrado o motivo da falta.
     Procurei ser mais detalhista e passei a observar a mente por inteira. Cores, cheiros, texturas, tudo fora muito bem observado. Tive o cuidado de não amassar o papel do embrulho, pois teria que refazer-lo ao final da jornada.
     A respiração passou a ficar mais compassada. A dor do vazio ali ainda residia e por instantes larguei a mente. Procurei não pensar em nada, fiquei imóvel assim como o corpo. Não sei o tempo corrido mais a resposta surgiu. Enquanto estava inerte notei a mim mesma, o ar e os movimentos voltaram.
     Coma. Essa era a explicação para o ocorrido, meu cérebro havia criado uma vida falsa. Um refúgio, amigos, amores não existiam e eu também não até agora. Emergi a tempo de ter uma vida real e passei a caminhar.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

MEU FRENESI




    Estava deitada quando percebi minha imagem no espelho. Os poucos raios do novo dia acabará por revelar uma figura diferente. Tão de repente me sentei e passei a observar o meu corpo esse de forma jamais vista. Traços, linhas, curvas e um aroma delicioso exalado por ele. Cada detalhe fazia meu corpo vibrar, minha pele delirar. As mãos passaram a percorrê- lo. Senti os pêlos arrepiarem, os músculos contraírem, o sangue pulsando forte acompanhado do coração e da respiração. O lençol sobre a cama parecia provocar cócegas em minhas pernas.
     O chão gelado amplificou meu estremecer, eu havia esquecido de calçar os chinelos em meio aquele deslumbre. Deixei o frio dos pés de lado e continuei a admirar-me, dedos e unhas sentiram o gosto do meu ser e transmitiam ao paladar. Minha língua, pois a salivar.
     À medida que o tempo passava sentia um desejo maior por mim e ao sentir o meu gosto, explodi em uma ânsia louca. O meu cheiro parecia ter contaminado o quarto deixando os sentidos confusos, perdidos, satisfeitos.
     Adormeci no chão, estava exausta, contente. Talvez tudo tenha sido um sonho, um delírio. Mas chegada à hora do banho ao me despir novamente frente ao espelho e sentir a água percorrer o meu corpo. Tive a sensação de já ter sido explorada antes.