segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

SENTIDOS





  O vento me acordou ao bater forte a janela, o frio seguido de uma mensagem fez meu coração virar menina. Pulei rapidamente e pus a duvidar das coisas importantes a fazer. Parei e nesse momento fui tomada por uma alegria, restou seguir. Então vencendo o medo caminhei para o desconhecido, nessa hora a mente passa a imaginar milhões de coisas das melhores as piores. Firme na jornada prossegui, em cada passo perguntava-me: - Será que devo continuar, serei aceita?E assim fui.
  Durante a chegada novos desafios, uma surpresa agradável arrancou-me um sorriso casado com uma ternura. Viajei, meus sentidos tornaram se outros, minha razão foi deixada de lado. E aquele vento a bater a janela mais cedo, agora despenteava meus cabelos e enchia minha boca com sal.
  Provei de uma das mais deliciosas companhias, aprendi, escutei, questionei. Ah! Por momentos parei a refletir sobre o tempo perdido, meu mundo parecia agora fazer sentido. Dancei assim como a água a descer de uma cachoeira, senti meu corpo passar por entre as pedras e cair em imensidões de idéias. Eis que o sol me lembrou da hora, senti a caminhada chegar e a segui.
  Debruçada em meio ao tempo, ri de mim mesma, a música guiava minha respiração e transportava meu ser a outros mundos, por todos eles deixei pegadas e voltei. Brinquei e com um salto estava aqui deitada novamente cheia de sonhos a me enrolar.


    

domingo, 29 de janeiro de 2012

RABISCOS NA PELE




    Ah! Como eu te queria! Meu corpo chegava a ter febre, minha mente perdia a razão. E nesse delírio estavas a me estender um sorriso, e digo mais  não um sorriso qualquer e sim aquele a me deixar flutuar.Sua imagem fixa ao meu lado e seu perfume a contaminar minha pele me enchia de alegria, sonhos, esperanças e tristezas. Os poros dilatavam se ao imaginar teus dedos a tocar-me mesmo sem querer. As palavras se perdiam então sonhava.
   Não é à toa o mergulho profundo no desespero da descoberta “eu excluído”. Meus pés antes leves agora encontram se fixo como uma rocha. Meu eu no espelho acusou a passagem de tempo inútil frente à tamanha inocência de um ser talvez imaginário. Minha boca murmura os beijos perdido, ou melhor, rejeitados. As mãos percorrem meu corpo em busca do calor e da forma do teu ser e resultam na agonia da inexistência.
       Hoje meu coração sofreu violentos golpes, o sangue derramado sobre o chão virou água e congelou, minha pele foi partida e recosturada, meu cheiro tornou-se imperceptível, a alma encontrou o vento e com ele resolveu brincar. Acho interessante essa amizade inesperada, nos faz sentir livres, crianças sem medos e cheia de duvidas com vontade de tomar banho de chuva e subir a montanha mais alta assim descalço mesmo, afinal os sapatos só atrapalham mesmo.
      Então sentada na calçada depois de me afogar em lágrimas, ser salva por segura em meus cabelos e pular dentro do barco “consciência”, resolvi levantar, acordar do delírio que me consumia esquecer esse querer, essa paixão ou até mesmo loucura. Olhei as mãos e não enxerguei aquela menina, o brilho nos olhos também não era mais os mesmos, eles mostravam o desespero de estar só, de sonhar só. Sua imagem foi então definhando e desapareceu com o surgimento da lua, com ela veio às faces de uma vida cheia de idéias, minguante de desespero, nova de esperanças e crescente de amor próprio.
    Os pés talvez criem fissuras e com o tempo voe afinal sonhos são importantes muitas vezes necessários. E esse telefone a tocar chamando minha atenção à realidade, a porta semi-aberta devo ir agora fechar, não antes de vestir minha pele toda rabiscada. Pronto a chuva começou e com ela a vontade de prová-la.